Sony de olho na "iPhonização" do PS5 Pro

 


 

Você já se perguntou por que o iPhone Pro Max custa tão caro? É feito pra ser assim, um produto caro para clientes "premium" (ou seja, aquele manés que se acham exclusivos por terem um). A Sony mira nesse tipo de consumidor com seu mais novo anúncio.

A Sony anunciou recentemente o PS5 Pro, uma versão mais potente do PlayStation 5, com um preço sugerido de US$ 700 dólares, US$ 200 dólares a mais que o modelo padrão. 

A notícia, como era de se esperar, gerou uma enxurrada de debates entre os gamers, e o foco central da discussão é o preço elevado.

Não dar nem a base é um insulto viu!

 

No entanto, tentar “regionalizar” essa discussão não faz sentido. O valor do PS5 Pro parece salgado até mesmo para os consumidores norte-americanos, onde o modelo básico, lançado por US$ 499 dólares, na Europa é pior ainda, com o console custando 799 euros. 

Não, o PS5 Pro não ficou mais caro para se produzir, ele ficou mais barato e a Sony viu a oportunidade de lucrar. 

E motivo para aumentar o preço, ela tem. Que motivo? O interesse dos consumidores que buscam "status" ao comprar um PlayStation. 

É uma mudança clara de estratégia. Ao invés de compensar uma "deficiência" do console original, o PS5 Pro chega apenas ser tornar um novo item de desejo dos consumidores.


A "Iphonização" do PlayStation

A estratégia da Sony ao lançar o PS5 Pro lembra muito o que a Apple faz com seus produtos. 

Lançar algo levemente melhor e mais caro, o objetivo é capitalizar em cima de um status que a marca já conquistou junto a uma parcela do seu público. 

Sim, o PS5 se tornou "instagramável" e muita gente comprou o console apenas para "posar na internet", e a Sony está de olho nisso. 

Entre 2020 e 2021, muitos jogadores exibiam com orgulho nas redes sociais sua nova aquisição: o PS5, que se tornou um símbolo de prestígio, principalmente em meio à escassez de chips e ao mercado paralelo de revendas por preços abusivos.

PS5 é um item de desejo instagramável, diferente do Xbox Series X.

 

A Sony percebeu que seu console ganhou um status semelhante ao de um "iPhone novo" entre os consumidores, e decidiu explorar essa oportunidade. 

Eles sabem que um console de meia geração, como o PS5 Pro, responderá por apenas 10% a 15% das vendas totais da linha PlayStation 5. 

O objetivo da Sony não é vender em massa, mas mirar em um público seleto, capaz e disposto a pagar por um produto mais caro — o consumidor que vê no PS5 Pro uma extensão de seu status pessoal.


É por isso que o console foi anunciado com um preço elevado e sem redução do modelo base. 

Essa mentalidade justifica o salto de preço de US$ 499 para US$ 699 dólares, sem grandes inovações ou justificativas robustas. 

A lógica é simples: “compra quem pode”, e o público-alvo da Sony neste lançamento é claro — aqueles com maior poder aquisitivo, que estão dispostos a gastar mais para estar na vanguarda tecnológica e social.

Inovações pouco perceptíveis no lançamento

Apesar do preço alto, as melhorias trazidas pelo PS5 Pro são, na prática, pouco perceptíveis. Durante a apresentação, que durou apenas 9 minutos, foram exibidos jogos antigos, e as mudanças gráficas exigem uma análise minuciosa para serem notadas. 

Não levando em conta o framerate, é preciso pausar os jogos e aplicar um zoom para ver as mudanças de grama e Ray Tracing. 

Em outras palavras, as inovações são sutis demais para justificar o aumento considerável de preço.

Para piorar a situação, a leva atual de jogos não justifica tamanho investimento. Quando o PS5 Pro começar a fazer sentido, com jogos muito mais pesados, o PS6 já vai estar "batendo na porta".

 

Calma que o anúncio é ainda mais insultante.

A Sony cometeu o deslize de não incluir a base do console, que precisa ser comprada separadamente. 

Calma que tem mais!

Para aqueles que ainda apreciam mídias físicas, a ausência de um leitor de discos no pacote foi um golpe duro. Esse movimento remete diretamente ao que a Apple faz com seus iPhones: remover acessórios essenciais, como carregadores, em uma clara tentativa de cortar custos e maximizar o lucro.

A Estratégia Mal Executada

O grande erro da Sony não foi apenas o preço ou a falta de inovação evidente. Foi, também, a forma como o PS5 Pro foi apresentado ao público. 

Com um showcase mal organizado de apenas 9 minutos, a empresa falhou em criar entusiasmo ou emoção em torno do novo produto. 

Não houve show, não houve espetáculo — apenas uma demonstração seca e pouco convincente.

Saudades E3 hein? Quando as coisas eram mais empolgantes.

Se a Sony deseja tanto imitar o "padrão Apple", precisa melhorar urgente suas apresentações. 

Aqui, a Apple novamente serve como exemplo. Seus eventos são envolventes, criando uma verdadeira experiência de marca. Cada novo iPhone é apresentado com pompa e circunstância, gerando uma excitação que vai além das especificações técnicas. Sendo que é literalmente o mesmo dispositivo, todo ano.

O PS5 Pro, por outro lado, foi apresentado de maneira fria e desinteressante, como se a própria Sony não acreditasse no produto.

Não existe empresa boazinha!

Isso aqui não é uma passação de pano em uma empresa capitalista. O que você tem que entender é que não existe empresa boazinha.

Com o PS5 Pro, a Sony parece seguir os passos da Apple, apostando na “iphonização” de seu console, visando um público disposto a pagar mais por pequenas melhorias e o status que vem com isso. 

O PS5 Pro, ao que tudo indica, vai atrair um nicho específico de consumidores, aqueles que já estão investidos no ecossistema PlayStation e buscam ter "a melhor versão do console"

Para o público em geral, o PS5 Slim se manterá mais interessante, principalmente com as promoções realizadas no Brasil. 

Mas fique atento, como a Sony já percebeu a dianteira em relação ao Xbox Series, ela pode aumentar o preço do Slim também no futuro.


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